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Impacto das festividades e férias escolares no mercado hortifruti

Comercialização de maçãs estagnada em junho; Valorização recorde das uvas brancas sem semente; Queda nos preços dos tomates com a safra de inverno

O fim do mês de junho e o início das férias escolares têm mostrado um impacto significativo na comercialização de frutas e legumes em diversas regiões do Brasil. A seguir, analisamos como a maçã, a uva e o tomate foram afetados por esses fatores, com base em dados do Hortifrúti/Cepea.

Maçãs: Estagnação nas vendas e controle de estoques

Durante a última semana de junho (24 a 28/06), as vendas de maçãs foram particularmente lentas. A combinação das festividades juninas, o fim do mês e o início das férias escolares resultou em uma menor demanda por maçãs. Contudo, os preços se mantiveram relativamente estáveis devido à baixa oferta, controlada estrategicamente pelos classificadores. A maçã gala 110 Cat 1 foi vendida a uma média de R$ 153,60 por caixa de 18 kg, enquanto a fuji do mesmo perfil apresentou uma leve queda de 2%, sendo vendida a R$ 146,17 por caixa de 18 kg. Espera-se que, mesmo com o aumento do poder aquisitivo dos consumidores no início de julho, as vendas permaneçam fracas devido ao período de férias.

Uvas: Valorização da branca sem semente e queda da vitória

A demanda por uvas também foi contida no final de junho, afetada pelas festividades de São João e o fim do mês. No entanto, a oferta baixa das uvas brancas sem semente no Vale do São Francisco (PE/BA) impulsionou os preços. A variedade embalada alcançou uma média semanal de R$ 18,30/kg, representando uma alta de 1,30% em relação à semana anterior. Esse valor é o maior já registrado na série histórica do Hortifrúti/Cepea iniciada em 2017. Em contraste, a vitória enfrentou uma queda de preço de 5,90%, sendo vendida a R$ 5,33/kg devido à oferta superior à demanda e problemas de qualidade, como a incidência de glomerella.

Tomates: Redução de preços com a intensificação da safra de inverno

Os preços do tomate continuam a recuar em todas as praças, influenciados pela intensificação da safra de inverno e pelo aumento no ritmo de maturação devido ao clima mais quente. Além disso, a menor demanda no fim do mês contribuiu para essa queda. No atacado de São Paulo (SP), a caixa do tomate salada 3A fechou com uma média de R$ 73, representando uma queda de 14,5%. Em Belo Horizonte (MG), o preço foi de R$ 64/cx (-25%), enquanto em Campinas (SP) foi de R$ 90/cx, uma redução de 25,7%. No Rio de Janeiro (RJ), os preços caíram 30,7%, sendo comercializados a R$ 75/cx.

Resumo do cenário atual

O mercado de frutas e legumes apresentou comportamentos variados no final de junho, com a estagnação nas vendas de maçãs e a valorização das uvas brancas sem semente contrastando com a queda acentuada nos preços dos tomates. Esses movimentos refletem a complexa interação entre oferta, demanda e fatores sazonais, como as festividades juninas e as férias escolares. Para os próximos períodos, os agentes do mercado esperam que as vendas continuem fracas, apesar de um possível aumento no poder aquisitivo dos consumidores no início de julho.

Fonte: HFBrasil, HFBrasil (²), HFBrasil (³)